Reza a lenda, que quando uma pessoa de bom coração morre
é de costume chover.
Talvez seja verdade.
Talvez não, de fato é verdade.
Tudo fica escuro, as cores perdem o brilho e o único som
que se ouve são os sinos da tristeza.
Não estou me referindo aquela chuva que cai do céu em
forma de gotas d’água, (que ainda sim também pode acontecer) me refiro as chuvas
que saem de nossos olhos.
Aquelas pequenas gotas que quando unidas transformam-se em
rios de lagrimas, trazendo consigo todo seu sofrimento sua dor.
São essas gotículas que deixam marcadas em nosso coração
a importância de mostramos nossos sentimentos enquanto podemos, enquanto
estamos vivos.
A morte, uma palavra carregada de tantos sentimentos, que
chega a se confundir. Para alguns boa, para outros só tristeza.
A quem diga que a morte não traz nada de bom. Talvez a
palavra “bom” não seja a melhor á ser usado, quem sabe se dissermos “alivio”,
muitos desejam tanto a morte ao estarem subordinados a viver diante tanto dor, física
ou emocional. Mas essa definição de sentimento cabe a cada um dizer o que
melhor lhe acalenta hoje, por que amanhã podemos ser movidos a ter uma nova
percepção.
O que eu diria da “MORTE”, muito e nada.
Talvez eu tenha até morrido, talvez eu morra a cada dia
ou talvez eu esteja vivo ainda que vivendo morte, ou quem sabe um morto que vive.
São tantas colocações que podemos fazer que nos causam
grandes paradigmas na vida.
O fato é que vivemos e morremos diariamente, não
que a morte seja apenas o físico, os sentimentos também morrem, e ainda que os
usemos por tanto tempo não somos capazes de dar um funeral digno a cada um
deles.
Hoje, me sinto mais morto que vivo ou mais vivo que
morto, isso não sei dizer.
O que posso realmente afirmar é que estou de pé, acordando
e dormindo todos os dias, sem saber se terá um novo dia amanhã.