segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Meu Vizinho


  Você conhece seu vizinho, amigo de infância?


             Engraçado, como se dispõe a conviver diariamente com alguém durante tantos anos e se julgar conhecer tais pessoas, conhecer passa a ser apenas participar das mesmas brincadeiras, estudos, brigas, momentos da infância que não se esquece.

              Dai se julgar serem os melhor amigos por estar perto diante desses episódios.
Com o decorrer dos anos se afastam por motivos e objetivos diferente, então se concretiza a certeza que vocês são os melhores amigos, que as vezes se falam por mensagens ou em curtas ligações, e ainda sim a amizade é base de compartilhamentos de emoções e aventuras vividas no presente, mas onde fica a parte do companheirismo, troca de carinho, do ombro amigo pra se chorar, será que ser amigo é apenas isso?
                         Um dia se encontram de uma forma inusitada, cada um com uma forma de vida diferente, isso é o que se passa em suas cabeças, um admirando o outro e se julgando por achar que você foi o fraco que também poderia ter chegado tão longe, que chega a ser uma inveja, mas uma inveja boa que vem junto com admiração e respeito.

                         Então é nesse dia e nessa hora mais imprópria que vocês param começam a serem verdadeiros um para com o outro e chegam à conclusão que realmente não se conheciam, que apenas avaliavam pelas cascas, que o interior é mais parecido que o comum. Que vivem em constante conflito consigo mesmo, que já se martirizam por demais, que chega de cobrarem de si, que não podem viver apenas para os outros que precisam ser vocês mesmos, que é hora de cessar o sofrimento, que não existe uma garra sem fim.

                         É nesse momento inusitado e ao mesmo com tantos olhos críticos ao redor que a verdade aparece, que a vergonha de chorar ou de pensar no que podem pensar, some, e você pela primeira vez consegue ser você, mesmo que seja por alguns minutos (ou por horas sem perceber que o tempo passou tão rápido, que todos deram falta de você, mas para você não passou de alguns segundos), como é bom saber que você não é o único, que mais alguém que também pensa e sofre como você.

                      Conseguimos avançar tanto, mesmo com todo sofrimento e cobranças, hoje somos “fortes” e capazes de julgar alguém de forma critica e sensata, não compactuamos de preconceitos, racismo, julgamentos indolentes, hoje somos Homens que apenas querem viver em um mundo diferente respeitando e sendo respeitado por todos. Depois de tudo isso acho que podemos nos apoiar, podemos ser ombros, braços e pernas um do outro, para sermos capazes de recolher as lagrimas, e suportar o peso juntos. Quero que seja assim, partilhando e abdicando dos sofrimentos ruins, não digo que quero que esqueçamos os sofrimentos que já passamos porque sei que é impossível, mas sei que podemos começar de agora, começar a construir nossas vidas, começar a viver no mundo que sempre almejamos que chegou nossa hora, que estamos prontos e fortes o suficiente para enfrentar o que e quem quer que seja.

                       Quero que o medo exista sempre, porque sem tal, não teremos adversários para lutar, que então acaba nosso intuito de estarmos vivos, que eles estão presentes para fazerem parte de nossa vitoria.

“Viver é para os bons, reviver é para os fortes”.

Não estamos aqui para viver, mas sim para reviver a cada dia...


Nenhum comentário:

Postar um comentário